Decisão judicial veio após homenagem recebida na Alesp e possível viagem ao exterior levantou suspeita de fuga
A Justiça de Birigui determinou que um médico condenado por crime sexual contra uma criança não poderá sair do Brasil. A medida atende a um pedido do Ministério Público, que também solicitou a apreensão do passaporte do réu. O nome do profissional não foi revelado, já que o caso corre sob segredo de Justiça.
O crime teria ocorrido em 2022, durante uma brincadeira em uma piscina, quando o médico foi acusado de abusar da sobrinha de sua esposa, que na época tinha apenas 9 anos. Em 2024, ele foi condenado em primeira instância a 16 anos de prisão. A pena foi revista pelo TJ-SP, que reduziu para pouco mais de 14 anos.
A restrição de saída do país foi imposta após o Ministério Público tomar conhecimento de que o médico havia sido homenageado com uma medalha na Assembleia Legislativa de São Paulo. A cerimônia foi organizada por uma associação ligada à ONU e teve apoio de um deputado estadual. O próprio médico divulgou a homenagem nas redes sociais.
Durante esse evento, teria sido mencionada uma possível viagem ao Japão, onde ele receberia outra condecoração. A Promotoria viu nisso um possível risco de evasão e acionou a Justiça. A decisão reforça que a Polícia Federal deve impedir a emissão de novos documentos de viagem, mesmo que o réu tenha ascendência japonesa.
A Alesp se manifestou informando que apenas cedeu o espaço para o evento, sem responsabilidade institucional sobre ele. A homenagem partiu da Associação Brasileira das Forças Internacionais de Paz, com o apoio do deputado Capitão Telhada. O caso segue em andamento e ainda cabe recurso em instâncias superiores.